sábado, 25 de agosto de 2007
Tributo ao DARF
Venho através desta prestar meus agradecimentos ao DARF sem código de barras.
Obrigado DARF sem código de barras, pelas vezes que fui odiado mais que os falsos aposentados que furam a fila, sempre que passei mais de 15 minutos usando um caixa de banco. E obrigado, DARF sem código de barras, por todos esses minutos tão produtivos em pé, na boca do caixa, tamborilando os dedos e procurando algum lugar para olhar que não o movimento frenético dos dedos do funcionário. Obrigado DARF sem código de barras, por todas as conversas puxadas e não acompanhadas, por todas as pragas lançadas, sorrisos fingidos, cumprimentos mal-educados e palavrões contidos.
Obrigado DARF sem código de barras, por todas as manhãs ensolaradas, em que acordei com passarinhos cantando e subitamente lembrei “oh não, hoje é dia 20!”.
E, acima de tudo, obrigado DARF sem código de barras, pela agilidade e dinamismo adicionados aos tratamentos inter-pessoais, proporcionando a troca de nomes próprios e ao mesmo tempo egocêntricos, por outros tão mais simples e ágeis como “Senhor DARF” ou ainda tão mais generalistas como “rapaz do DARF”. Porque se hoje dou valor ao código de barras, é graças a Você, DARF sem código de barras. Você me fez uma pessoa melhor.
Obrigado DARF sem código de barras.
sábado, 18 de agosto de 2007
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"Dispensados da prestação do serviço militar inicial por conta de disposições legais, e conscientes dos deveres que a constituição impõe a todos os brasileiros para com a defesa nacional, prometo estar sempre pronto a cumprir com minhas obrigações militares, inclusive a de atender à convocação de emergência e, na esfera de minhas atribuições, a trabalhar pelos interesses da pátria, cuja honra, integridade e instituição, defenderei com o sacrifício da própria vida."
Nunca vi tanta gente de camiseta branca num só lugar.
foto: Takeshi Mekaru
sábado, 4 de agosto de 2007
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O bebê no colo do pai me olhou pelos cerca de
Possibilidade 1.: Se os bebês nascem com toda a consciência e capacidade de raciocínio formadas e vão perdendo com o passar dos anos (possibilidade sem nenhum respaldo científico mas habilmente demonstrada em “bebês geniais” e “olha quem está falando”), ele deve ter pensado: “O quê esse mentecapto pensa que está fazendo? Por um acaso eu tenho cara de palhaço? Ah... a ignorância humana...”
Possibilidade 2.: A mais plausível. O bebê não sabe o que é um mentecapto, ou um palhaço. Na verdade não faz a menor idéia de onde está, para onde vai, ou quem o está levando. Seu raciocínio deve ter sido o seguinte: “oh!!! O que será isso que está fazendo essa coisa com esse negócio que tem na parte de cima dele?” Mentira. Bebês não sabem o que é em cima.
Da mesma forma que me encarou por todo o tempo em que o acompanhei, ele simplesmente perdeu todo o interesse assim que virou a esquina. Fiz uma última careta na esperança de obter um último vislumbre de sua atenção, mas... De nada adiantou. Um guri sentado num muro riu da minha cara. Olhei pra ele e pensei: Ta olhando o quê? Eu sou maior que você!Imagem: venhaodiabo.blogspot.com